Cuidados em Fim de Vida

Porque é importante?

  • Nos dois últimos meses de vida, os doentes recorrem frequentemente ao Serviço de Urgência (SU);
  • Estes doentes podem receber cuidados fúteis;
  • O tempo dispendido no SU e no hospital pode causar angústia ao doente, aos familiares e aos profissionais de saúde;
  • Considere quais as queixas que são incuráveis e quais as queixas que são reversíveis e tratáveis;
  • Foco dos cuidados paliativos: melhorar substancialmente a qualidade de vida e a satisfação; De salvar vidas a proporcionar conforto.

Como reconhecer doentes em fim de vida?

Doentes com doenças incuráveis rapidamente progressivas (por exemplo neoplasia metastática), com falência de órgão (por exemplo insuficiência cardíaca ou exacerbações da DPOC) ou com fragilidade grave e confinados ao leito (acamados).

Quatro Trajectórias principais

  1. Morte súbita: paragem cardiorrespiratória, AVC, rotura de aneurisma da aorta
    • 7% das mortes
    • Sobretudo assistolia e atividade elétrica sem pulso
    • O sucesso da reanimação cardiorrespiratória é muito baixo
  2. Doença terminal: cancro
    • 22% das mortes
    • Determinar os objetivos dos cuidados seguindo as diretrizes da Oncologia
  3. Falência de órgão: insuficiência cardíaca, DPOC, insuficiência hepática
    • 16% das mortes
    • Doentes com insuficiência cardíaca ou exacerbações de DPOC têm vindas recorrentes ao SU.
  4. Fragilidade: demência, Doença de Parkinson
    • 47% das mortes
    • Doentes encaminhados de unidades de cuidados de longa duração ou com mau estado funcional

O Que podemos fazer?

  1. Pergunte ao doente se estabeleceu objetivos de tratamento com o seu(s) Médico(s) Assistente(s). Se não: inicie a discussão. Deve usar uma linguagem otimista em relação à necessidade de cuidados de conforto. Otimize a oportunidade quando o doente está relativamente compensado.
  2. Tratar a dor: Os opioides são a principal ferramenta (averigue qualquer uso prévio de opióides!).
  3. Tratar a dispneia: Exclua causas reversíveis como derrame pleural, sobrecarga hídrica ou anemia. Alívio sintomático com oxigénio, opióides e/ou benzodiazepinas.
  4. Tratar náuseas e vómitos: Identifique causas reversíveis como obstipação ou efeitos adversos de medicamentos.
  5. Tratar a ansiedade ou delirium: Averigue possíveis causas (por exemplo retenção urinária, impactação fecal ou dor). Podem ser usadas benzodiazepinas ou antipsicóticos como o haloperidol. Ver também o poster “Delirium e défice cognitivo no Serviço de Urgência“.

OBJETIVO: Prioritizar o conforto do doente através do controlo dos sintomas

Tratamento de náuseas e vómitos

Etiologia Terapêutica
Ansiedade Benzodiazepinas
Obstrução intestinal Octreótido, sonda nasogástrica para drenagem
Aumento da pressão intracraniana Dexametasona
Neoplasia incluindo efeitos adversos da quimioterapia Ondansetrom
Induzidos por opióides Antagonistas da dopamina
Síndrome vestibular Antihistamínicos/ Anticolinérgicos

Ferramentas

Informação

Este material educativo foi desenvolvido pela European Task Force for Geriatric Emergency Medicine, resultante da colaboração da European Society for Emergency Medicine (EUSEM) e da European Geriatric Medicine Society (EuGMS). Para mais informações visite: geriEMEurope.eu e siga-nos no Twitter: @geriEMEurope.

Traduzido e adaptado para Português pelo NEGERMI (Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna)

Referências

  1. You JJ, Fowler RA, Heyland DK. Just ask: discussing goals of care with patients in hospital with serious illness. Can Med Assoc J. 2014 Apr 1;186(6):425 LP – 432.
  2. Mierendorf SM, Gidvani V. Palliative Care in the Emergency Department. Perm J. 2014;18(2):77–85.
  3. Rosenberg M, Lamba S, Misra S. Palliative Medicine and Geriatric Emergency Care: Challenges, Opportunities, and Basic Principles. Clin Geriatr Med. 2013 Feb 1;29(1):1–29.
  4. Lunney JR, Lynn J, Hogan C. Profiles of Older Medicare Decedents. J Am Geriatr Soc. 2002 Jun 1;50(6):1108–12.
  5. Grewal K, Helman A. Episode 70 End of Life Care in Emergency Medicine. Emergency Medicine Cases. 2015.

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