Inclusão da Familia, Amigos e Cuidadores Formais

Porque é importante?

Os cuidadores informais e formais devem ser encarados como parceiros na prestação de cuidados. A presença de cuidadores ao lado do doente pode contribuir para a redução do risco de delirium e melhorar a experiência no Serviço de Urgência (SU).13

Cuidadores informais, como familiares e amigos, podem fornecer informação importante, contribuindo para o estabelecimento de um plano de cuidados mais holístico, ajudar na comunicação e providenciar apoio emocional ao doente.4

Isto significa que o envolvimento dos cuidadores contribui para um plano de alta mais personalizado, associado a melhor outcomes para o doente e cuidador (por exemplo, redução do risco de readmissão no SU).5 Como os cuidadores podem desempenhar um papel importante na implementação das recomendações durante a permanência no SU e depois da alta do SU, é importante considerar o seu ponto de vista, ao conceber o plano de cuidados.

O envolvimento e cooperação com os cuidadores, bem como com os doentes, é uma parte essencial da prestação de cuidados de qualidade.6,7

Como envolver os cuidadores?

  • Pergunte e anote o nome, grau de parentesco / relação e detalhes do contato dos principais cuidadores na ficha clínica do doente à admissão no SU, tanto nos doentes acompanhados, como nos que se apresentam sozinhos no SU. (ATENÇÃO: o cuidador principal pode não ser a mesma pessoa que acompanha o doente ao SU).
  • Quando possível, os cuidadores devem ser incentivados a permanecer ao lado do doente durante a permanência no SU, pois podem contribuir para reduzir o risco de complicações adquiridas no hospital, ajudam a integrar o episódio agudo em planos de cuidados a longo prazo e ajudam na transição do hospital para casa.
  • Quando apropriado, inclua os cuidadores no processo de cuidados, especialmente no tratamento de doentes com défice cognitivo.
  • NOTA: é recomendado limitar o número de cuidadores acompanhantes de acordo com a capacidade do SU.4

Para doentes idosos provenientes de estabelecimentos de saúde:

  • Mapeie as instituições existentes na área de influência do SU para assegurar a existência dos respetivos contactos.
  • Discutir a nível organizacional como as informações do doente podem ser comunicadas ao SU (por exemplo: contactos dos principais cuidadores, informação médica e necessidades de enfermagem).
  • Decidir sobre a pessoa do SU que deve estabelecer os canais de comunicação (assistente social, administrativo, enfermeiro especialista em gerontologia, outro) e agilizar as transições de cuidados em ambas as direções.

O Que devemos fazer?

  1. Determinar as necessidades de cuidados do doente idoso durante a permanência no SU (avaliar as atividades de vida diária básicas (AVDB) e instrumentais (AVDI). 8,9
  2. Determinar o nível de apoio que o doente necessita no SU e antecipar as necessidades à data de alta, em colaboração com os cuidadores.
  3. Quando possível, avaliar a carga do cuidador e sua capacidade para executar as instruções.
  4. Ao dar alta ao doente para o ambulatório, facultar informação sobre diferentes formas de apoio que podem ser disponibilizadas. Garanta que as equipas são capazes de encaminhar os doentes e seus cuidadores para os serviços que podem providenciar ou organizar os serviços de saúde e apoio social necessários.
  5. Certifique-se que o doente (quando possível) e o seu cuidador entendem as diligências do plano de alta, bem como outras recomendações de seguimento.
  6. Os hospitais devem facilitar o envolvimento do doente e do público no desenvolvimento de estratégias para melhoria da experiência dos doentes no SU.3

Ferramentas

Informação

Este material educativo foi desenvolvido pela European Task Force for Geriatric Emergency Medicine, resultante da colaboração da European Society for Emergency Medicine (EUSEM) e da European Geriatric Medicine Society (EuGMS). Para mais informações visite: geriEMEurope.eu e siga-nos no Twitter: @geriEMEurope.

Traduzido e adaptado para Português pelo NEGERMI (Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna)

Referências

  1. Health and Social Care Scotland. Involving Carers in Discharge Planning A practical guide for health and social care practitioners involved in discharge planning from hospital. [Internet]. 2019 [cité 8 janv 2021].
  2. Shé ÉN, Keogan F, McAuliffe E, O’Shea D, McCarthy M, McNamara R, et al. Undertaking a Collaborative Rapid Realist Review to Investigate What Works in the Successful Implementation of a Frail Older Person’s Pathway. Int J Environ Res Public Health. 25 2018;15(2).
  3. O’Donnell D, Ní Shé É, McCarthy M, Thornton S, Doran T, Smith F, et al. Enabling public, patient and practitioner involvement in co-designing frailty pathways in the acute care setting. BMC Health Serv Res. 5 nov 2019;19(1):797.
  4. Fry M, Gallagher R, Chenoweth L, Stein-Parbury J. Nurses’ experiences and expectations of family and carers of older patients in the emergency department. International Emergency Nursing. janv 2014;22(1):31‑6.
  5. Rodakowski J, Rocco PB, Ortiz M, Folb B, Schulz R, Morton SC, et al. Caregiver Integration During Discharge Planning for Older Adults to Reduce Resource Use: A Metaanalysis. J Am Geriatr Soc. août 2017;65(8):1748‑55.
  6. National Quality Forum. Emergency Department Transitions of Care - A Quality Measurement Framework Final Report (Internet). 2017 (cité 14 juill 2021).
  7. Ontario Hospital Association. Leading Practices in Emergency Department Patient Experience (Internet). 2010 (cité 14 juill 2021).
  8. Katz S, Downs TD, Cash HR, Grotz RC. Progress in development of the index of ADL. Gerontologist. 1970;10(1):20‑30.
  9. Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist. 1969;9(3):179‑86.

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